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domingo, 13 de setembro de 2015

A filosofia realista de São Tomás e o nominalismo do pensamento moderno

Descartes

Por José Arthur Rios, sociólogo.
Trecho da entrevista a Revista Nabuco - Ano 1: Nº4 (2015)

Precisamos entender a radical diferença entre a filosofia realista de São Tomás e o nominalismo típico do pensamento moderno. O nominalismo é um veneno filosófico que vem desde a Idade Média, atravessa os tempos modernos, resulta no idealismo alemão por exemplo, Kant e Hegel - e produz Marx. O suposto "realismo" de Marx, "realismo" entre aspas, é, na realidade, um "realismo" muito duvidoso baseado numa ideologia, embora ele obviamente negue isso.
Para ele, a ideologia é dos adversários, nunca dele próprio. Marx é um produto típico desta corrente nominalista que, como dizíamos, deu no idealismo moderno, com todos os seus frutos venenosos.
A ideia de uma sociologia realista, como fazia um pouco os jesuítas, deve se conhecer o outro: essa é a base. Para fazer sociologia com base numa filosofia realista, conhecer o outro é fundamental. Infelizmente Descartes e todo idealismo moderno liquidaram essa ideia de conhecer o outro. Passou a vigorar o "eu". O "eu" é que passou a ter suma prioridade. O outro é coisa secundária para o idealista: ele é que cria o outro, na cabeça dele.