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domingo, 18 de março de 2012

Michelângelo

Pietá
Pintor, escultor, poeta, arquiteto, grande representante das artes plásticas do Renascimento Italiano, considerado um dos maiores criadores da história da arte do ocidente.

Descendente de uma família aristocrática florentina. Seu pai, e primeiro tutor, foi Domenico Ghirlandaio, um talentoso artista, contemporâneo de Botticelli.

Michelangelo logo cedo em sua atividade artística conseguiu contatos com membros da família Médici, se inserindo na escola de Lorenzo de Médici, onde permaneceu por 2 anos.
Em Florença, recebeu influências artísticas de vários pintores, escultores, obras renascentistas e intelectuais da época, renomados humanistas neo-platônicos, já que a cidade era um grande centro de produção cultural e intelctual.

O contato com esse ambiente vai influenciar muito sua postura inovadora frente sua profissão, tanto na forma como na iconografia.

Após a morte de Lourenço, em 1492, foi morar em Bolonha, onde ficou por 4 anos.
Recebeu um convite do cardeal San Giorgio, um grande admirador de sua arte, para morar em Roma.
Nesta época criou duas importantes obras com grande influência da cultura greco-romana: "Pietá" e "Baco".

Foi por volta dessa época também, em 1501, que ele criou 2 de suas obras mais famosas, "Davi" e a pintura da "Sagrada Família".

Ainda vivo, era considerado o maior artista de sua época. Em 1503 recebeu um novo convite de Roma, vindo de Júlio II, para fazer o túmulo papal, obra que nunca terminou por ser um artista muito requisitado.
5 anos mais tarde, foi incumbido pelo papa Julio II a pintar a cúpula da capela Sistina, como seu pai fora também anos atrás.

Um dado interessante é que Michelangelo relutou em aceitar o convite pois se considerava um escultor, e não um pintor.

No entanto, o resultado da obra é uma composição é monumental, as figuras humanas são ressaltadas em seus contornos em volume escultural, enquanto as paisagens são tratadas com menor importância.

Essa evidência das formas humanas sobre a paisagem já mostra algumas tendências filosóficas que vão valorizar o homem como obra magma de Deus, com uma importância bem mais elevada que todas as outras coisas criadas, algo que apontaria para o antropocentrismo.

Percebe-se nessa obra estudos exaustivos e minuciosos sobre o corpo humano, como em "O Belo", incorpóreo e acima de tudo espiritualizado, caminho para contemplação do divino.

Encontramos em Michelangelo não apenas a mimese das formas naturais do homem, mas uma idealização delas na busca de um modelo de beleza clássica.

Michelangelo, no entanto, não se prende apenas as formas clássicas, ele também inicia a desintegração dos cânones da Renascença. Suas obras muitas vezes mostram uma dramatização, o vigor dos corpos se contorcendo e a originalidade da abordagem dos temas tratados apontam para traços anticlássicos, resultado de um impulso incontrolável, uma mistura de fúria e loucura genial.

Seu estilo se desenvolveu na transição do Renascimento para o Maneirismo, uma revisão dos valores clássicos e naturalistas, marcado pela deliberada sofisticação intelectualista, valorização da originalidade e das interpretações individuais, pelo dinamismo e complexidade de suas formas e pelo artificialismo no tratamento dos seus temas, a fim de se conseguir maior emoção, elegância, poder ou tensão. É marcado pela contradição e o conflito e assumiu na vasta área em que se manifestou variadas feições

Mas não podemos encaixá-lo nesta ou naquela escola, pois suas obras transcendiam a qualquer tradição, regra e teoria pré-estabelecida.

São Bartolomeu com a faca de seu martírio segurando uma pele esfolada,
o rosto da pele é reconhecido como o de Michelangelo