Uma pouco conhecida, erótica, burlesca e cômica história envolve um dos maiores filósofos de todos os tempos.
Aristóteles, como todos sabem, sempre foi um homem da razão e da sabedoria. Foi ele que, em suas reflexões, cunhou importantes conceitos da física, da metafísica, das leis da poesia e do drama, da música, da lógica, da retórica, do governo, da ética, da biologia e da zoologia.
Foi ele também o tutor do maior conquistador da Macedônia, Alexandre - O Grande.
Com tanto poder e conhecimento, fica difícil imaginar que alguém possa dobrá-lo de forma tão humilhante quanto fez Filis, uma bela cortesã e amante de Alexandre, o jovem.
A história.
Alexandre, em uma de suas expedições à India, se apaixona por uma mulher, Filis, e começa a se relacionar com ela. Filis era uma mulher dotada de notável beleza, apaixonante, e Alexandre começa a se encontrar com ela incessantemente, negligenciando por diversas vezes seus deveres.
Aristóteles percebendo isso aconselha Alexandre a largar Filis, ou diminuir seus encontros com a moça, para se dedicar mais nos exercícios da virtude e as responsabilidades do governo.
Alexandre, como um bom discípulo acata o conselho do mestre e se torna mais comedido.
Filis, que até então gozava dos prazeres de estar do lado do homem mais poderoso da terra viu-se ameaçada.
Alexandre respeitava Aristóteles pois este era o mais sábio dos homens.
Como ela poderia dobrá-lo ? A resposta está no instinto. Filis decide seduzir Aristóteles.
Não há razão superior que ache fácil combater os desejos da carne, as insinuações sensuais de Filis, com danças no jardim e cantorias começaram a pertubar Aristóteles ao ponto deste se vir completamente hipnotizado pela jovem.
Aristóteles desce de seu pedestal supra-humano e começa a observar constantemente as belas curvas de Filis, dia após dia, e até chega a se declarar.
Filis, com o jogo já ganho, bola um plano diabólico para humilhar o filósofo. Ela oferecerá seu corpo, e pede apenas uma condição, que Aristóteles prove seu amor por ela, que engatinhe até ela e a deixe cavalgar em cima dele.
E foi exatamente o que ele fez. Engatinhou até Filis, e deixou-a montar em cima.
Ela teria antes preparado todo o cenário para que Alexandre visse o homem que ele mais respeitava, depois de seu pai, dobrado e humilhado pela paixão.
A mensagem é clara e ela foi repassada com clareza: se um homem velho como ele foi pego nesta situação por causa do amor, acontecerá o mesmo a um fedelho como Alexandre, e o que é a razão para impedir que o desejo erótico? Não serve nem a idade, ou reputação, ou conhecimento.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Julius Evola, o mito do Andrógino e a Metafísica do Sexo
Andrógino, segundo o livro "O Banquete", de Platão, uma criatura mítica proto-humana. No livro, o comediógrafo Aristófanes descreve como haveriam surgido os diferentes sexos. Havia antes três
seres: Andros, Gynos e Androgynos, sendo Andros entidade masculina composta de oito membros e duas cabeças, ambas masculinas, Gynos entidade feminina mas com características semelhantes, e Androgynos composto por metade masculina, metade feminina.
Eles não estavam agradando os deuses, que os resolveu separar em dois, para que se tornassem menos poderosos. Seccionado Andros, originaram-se dois homens, que apesar de terem seus corpos agora separados, tinham suas almas ligadas, por isso ainda eram atraídos um por o outro.
O mesmo ocorre com os outros dois. Andros deu origem aos homens homossexuais, Gynos às lésbicas e Androgynos aos heterossexuais. Segundo Aristófanes, seriam então dividos aos terços os heterossexuais e homossexuais.
A primeira teoria diz respeito ao mito do andrógino. Para este, como para quase todos os mitos inseridos na filosofia de Platão, deverá supor-se uma origem iniciática e relacionada com os Mistérios.
O mesmo tema circula, efetivamente, pelos subterrâneos duma literatura muito variada, desde os antigos meios misteriosóficos e gnósticos até aos autores da Idade Média e dos primeiros séculos da própria era moderna. Fora do nosso continente poderão também encontrar-se temas idênticos.
Segundo Platão existiu uma raça primordial cuja essência se encontra agora extinta, raça de seres que englobavam os dois princípios masculino e feminino. Os componentes dessa raça andrógina tinham uma força e uma audácia extraordinárias, acalentando no seio projetos de um extremo orgulho, como, por exemplo, a ideia de atacar os deuses.
Atribui-se igualmente a essa raça a lenda referida por Homero, a propósito de Oto e Efialto, da tentativa de escalar os céus para atacar os deuses. Este tema é o mesmo de hybris dos Titãs e dos Gigantes; é o tema de Prometeu e aquele que se pode encontrar em tantos outros mitos — até, em certa medida, no mito bíblico do Éden e do Adão, porquanto aí figura também a promessa de «se tornarem idênticos aos deuses (Gênese, III, 5).
Na obra de Platão os deuses não fulminam os seres andróginos tal como fizeram aos gigantes, mas paralisam o seu poder separando-os em duas metades. Daí a nascença de seres de sexo distinto, portadores sob a forma de homem ou de mulher de um ou do outro sexo; seres estes em que persiste, contudo, recordação do estado anterior que lhes desperta o impulso de reconstituírem a unidade primordial.
É neste impulso que, segundo Platão, deverá encontrar-se o sentido final, metafísico e eterno do eros.
Desde essas épocas recuadas, o amor impele os seres humanos uns para os outros, é inato na natureza humana e tende a restabelecer a natureza primeiro ao tentar unir num só dois seres distintos e assim restaurar a natureza humana (Ibid., 191-cd).
À parte a participação comum dos amantes no prazer sexual, a alma de cada um tende para qualquer coisa de diferente, que não consegue exprimir mas que se sente e revela misteriosamente (Ibid., 192 c-d).
Trata-se como que de uma prova a posteriori.
Platão faz Efaisto perguntar aos amantes:
"O que desejais ? Não será uma fusão perfeita um no outro, de maneira a jamais vos separardes nem de dia nem de noite? Se é esse o vosso desejo poderei fundir-vos e soldar-vos pelo fogo num único ser, de tal modo que de dois que éreis ficareis reduzidos a um só e vivereis unidos um ao outro enquanto viverdes, e quando morrerdes, em lugar de dois sereis um, além, no Ade, ligados a um destino comum. Pois bem, vede se é isto que desejais e se vos satisfaz."
Platão diz-nos a este propósito, bem sabemos que não haveria nenhum que recusasse ou desejasse outra coisa; cada um pensaria ter finalmente ouvido exprimir aquilo que, há tanto tempo, era seu desejo: unir-se, fundir-se com o ser amado, para de dois seres distintos formar uma só natureza. Ora será preciso procurar o móbil desta aspiração no fato de ser precisamente esta a nossa natureza primitiva, em que formávamos uma unidade ainda completa; é precisamente o desejo ardente de obter esta unidade que toma o nome de amor. (Ibid., 192d-e).
É quase como um símbolo, a união (das duas partes) de uma à outra no desejo de se penetrarem (Ibid., 187 a).
Neste conjunto os elementos acessórios, figurativos e míticos, no sentido negativo da palavra, deverão ser separados do conceito essencial.
Assim, não se deve naturalmente, e em primeiro lugar, pensar nos seres primordiais que Platão, à maneira de uma fábula, nos descreve, até nos seus traços somáticos, como membros de uma qualquer raça pré-histórica de que quase seria possível encontrar os restos ou os fósseis.
Deveremos, ao contrário, referir-nos a um estado, a uma condição espiritual das origens, não tanto no sentido histórico como no quadro de uma antologia, de uma doutrina dos estudos múltiplos do ser.
Se abstrairmos da mitologia poderemos compreender este estado como o de um ser absoluto (não fracionado, não dual), como uma totalidade ou unidade pura, e, por isso mesmo, como um estado de imortalidade.
Este fato é confirmado quer pela doutrina expressa através de Diotima*, noutra parte de O Banquete, quer pela desenvolvida em Fedra, onde, e se bem que em relação com o que mais tarde se chamou amor platônico e com a teoria da beleza, se torna explícita a relação entre o fim supremo do eros e a imortalidade.
Como segundo elemento do mito platônico consideramos, em seguida, uma variante do tema tradicional geral da queda. A diferenciação dos sexos corresponde à condição de um ser fraturado, pois que finito e mortal: isto é, à condição dual, daquele que não tem a vida em si, mas num outro ser — estado que não pode ser considerado original.
Assim, e relativamente a este último ponto, poderia estabelecer-se um paralelo com o próprio mito bíblico, porquanto neste a queda de Adão tem como consequência a sua exclusão da Arvore da Vida. A Bíblia refere-se igualmente ao androginato dos seres primordiais feitos à imagem de Deus (Ele criou-nos macho e fêmea — Gênese, 1,27) e o nome de Eva, complemento de homem, quer dizer a Vida, a que vive. Como veremos mais adiante, na interpretação cabalística, a separação da Mulher-Vida no andrógino está relacionada com a queda e acaba por equivaler à exclusão de Adão da Arvore da Vida para que esta não se torne um de nós (um Deus) e não viva eternamente. (Gênese, III, 22).
No seu conjunto, o mito platônico encontra-se pois entre aqueles que aludem à passagem da unidade para a dualidade, do ser à privação do ser e da vida absoluta. O seu caráter particular e importância encontram-se, todavia, na sua aplicação, ou seja, na dualidade dos sexos para indicar o sentido secreto e o objetivo final do eros.
Já em Upanishad se podia ler, como referência especial numa conhecida sequência relativa àquilo que se procura verdadeiramente através de um ou outro objetivo aparente e ilusório da vida de todos os dias: Não é pela mulher (em si) que a mulher é desejada pelo homem, mas sim pelo âtmâ (pelo princípio "tudo luz, tudo imortalidade").
A imagem é a mesma. No seu aspecto mais profundo o eros incorpora um impulso tendente a vencer as consequências da queda, a sair do mundo cessante da dualidade, com o fim de restabelecer o estado primordial e ultrapassar a condição de uma existencialidade dual, fraturada e condicionada pelo outro.
É este o seu sentido absoluto; é este o mistério que impele o homem para a mulher, elementarmente, antes de todos os condicionalismos, já referidos, do amor humano nas suas infinitas variedades relativas a seres que nem sempre são homens ou mulheres puros, mas quase todos subprodutos de uns e outras.
Esta é, pois, a chave de toda a metafísica do sexo: Através da díade para a unidade. Deve reconhecer-se no amor sexual a forma mais universal que leva os homens a procurarem obscuramente destruir por momentos a dualidade, ultrapassando existencialmente a fronteira entre o Eu e o não-Eu, entre Eu e o Tu, a carne e o sexo que servem de instrumentos para uma aproximação estática da união. Embora sem fundamento, a etimologia da palavra amor dada por um Fiel do Amor medieval não é menos significativa: A partícula "a" significa "sem", "mor" (mors) significa "morte": reunindo as duas teremos "sem morte", isto é, a imortalidade.
seres: Andros, Gynos e Androgynos, sendo Andros entidade masculina composta de oito membros e duas cabeças, ambas masculinas, Gynos entidade feminina mas com características semelhantes, e Androgynos composto por metade masculina, metade feminina.
Eles não estavam agradando os deuses, que os resolveu separar em dois, para que se tornassem menos poderosos. Seccionado Andros, originaram-se dois homens, que apesar de terem seus corpos agora separados, tinham suas almas ligadas, por isso ainda eram atraídos um por o outro.
O mesmo ocorre com os outros dois. Andros deu origem aos homens homossexuais, Gynos às lésbicas e Androgynos aos heterossexuais. Segundo Aristófanes, seriam então dividos aos terços os heterossexuais e homossexuais.
A primeira teoria diz respeito ao mito do andrógino. Para este, como para quase todos os mitos inseridos na filosofia de Platão, deverá supor-se uma origem iniciática e relacionada com os Mistérios.
O mesmo tema circula, efetivamente, pelos subterrâneos duma literatura muito variada, desde os antigos meios misteriosóficos e gnósticos até aos autores da Idade Média e dos primeiros séculos da própria era moderna. Fora do nosso continente poderão também encontrar-se temas idênticos.
Segundo Platão existiu uma raça primordial cuja essência se encontra agora extinta, raça de seres que englobavam os dois princípios masculino e feminino. Os componentes dessa raça andrógina tinham uma força e uma audácia extraordinárias, acalentando no seio projetos de um extremo orgulho, como, por exemplo, a ideia de atacar os deuses.
Atribui-se igualmente a essa raça a lenda referida por Homero, a propósito de Oto e Efialto, da tentativa de escalar os céus para atacar os deuses. Este tema é o mesmo de hybris dos Titãs e dos Gigantes; é o tema de Prometeu e aquele que se pode encontrar em tantos outros mitos — até, em certa medida, no mito bíblico do Éden e do Adão, porquanto aí figura também a promessa de «se tornarem idênticos aos deuses (Gênese, III, 5).
Na obra de Platão os deuses não fulminam os seres andróginos tal como fizeram aos gigantes, mas paralisam o seu poder separando-os em duas metades. Daí a nascença de seres de sexo distinto, portadores sob a forma de homem ou de mulher de um ou do outro sexo; seres estes em que persiste, contudo, recordação do estado anterior que lhes desperta o impulso de reconstituírem a unidade primordial.
É neste impulso que, segundo Platão, deverá encontrar-se o sentido final, metafísico e eterno do eros.
Desde essas épocas recuadas, o amor impele os seres humanos uns para os outros, é inato na natureza humana e tende a restabelecer a natureza primeiro ao tentar unir num só dois seres distintos e assim restaurar a natureza humana (Ibid., 191-cd).
À parte a participação comum dos amantes no prazer sexual, a alma de cada um tende para qualquer coisa de diferente, que não consegue exprimir mas que se sente e revela misteriosamente (Ibid., 192 c-d).
Trata-se como que de uma prova a posteriori.
Platão faz Efaisto perguntar aos amantes:
"O que desejais ? Não será uma fusão perfeita um no outro, de maneira a jamais vos separardes nem de dia nem de noite? Se é esse o vosso desejo poderei fundir-vos e soldar-vos pelo fogo num único ser, de tal modo que de dois que éreis ficareis reduzidos a um só e vivereis unidos um ao outro enquanto viverdes, e quando morrerdes, em lugar de dois sereis um, além, no Ade, ligados a um destino comum. Pois bem, vede se é isto que desejais e se vos satisfaz."
Platão diz-nos a este propósito, bem sabemos que não haveria nenhum que recusasse ou desejasse outra coisa; cada um pensaria ter finalmente ouvido exprimir aquilo que, há tanto tempo, era seu desejo: unir-se, fundir-se com o ser amado, para de dois seres distintos formar uma só natureza. Ora será preciso procurar o móbil desta aspiração no fato de ser precisamente esta a nossa natureza primitiva, em que formávamos uma unidade ainda completa; é precisamente o desejo ardente de obter esta unidade que toma o nome de amor. (Ibid., 192d-e).
É quase como um símbolo, a união (das duas partes) de uma à outra no desejo de se penetrarem (Ibid., 187 a).
Neste conjunto os elementos acessórios, figurativos e míticos, no sentido negativo da palavra, deverão ser separados do conceito essencial.
Assim, não se deve naturalmente, e em primeiro lugar, pensar nos seres primordiais que Platão, à maneira de uma fábula, nos descreve, até nos seus traços somáticos, como membros de uma qualquer raça pré-histórica de que quase seria possível encontrar os restos ou os fósseis.
Deveremos, ao contrário, referir-nos a um estado, a uma condição espiritual das origens, não tanto no sentido histórico como no quadro de uma antologia, de uma doutrina dos estudos múltiplos do ser.
Se abstrairmos da mitologia poderemos compreender este estado como o de um ser absoluto (não fracionado, não dual), como uma totalidade ou unidade pura, e, por isso mesmo, como um estado de imortalidade.
Este fato é confirmado quer pela doutrina expressa através de Diotima*, noutra parte de O Banquete, quer pela desenvolvida em Fedra, onde, e se bem que em relação com o que mais tarde se chamou amor platônico e com a teoria da beleza, se torna explícita a relação entre o fim supremo do eros e a imortalidade.
Como segundo elemento do mito platônico consideramos, em seguida, uma variante do tema tradicional geral da queda. A diferenciação dos sexos corresponde à condição de um ser fraturado, pois que finito e mortal: isto é, à condição dual, daquele que não tem a vida em si, mas num outro ser — estado que não pode ser considerado original.
Assim, e relativamente a este último ponto, poderia estabelecer-se um paralelo com o próprio mito bíblico, porquanto neste a queda de Adão tem como consequência a sua exclusão da Arvore da Vida. A Bíblia refere-se igualmente ao androginato dos seres primordiais feitos à imagem de Deus (Ele criou-nos macho e fêmea — Gênese, 1,27) e o nome de Eva, complemento de homem, quer dizer a Vida, a que vive. Como veremos mais adiante, na interpretação cabalística, a separação da Mulher-Vida no andrógino está relacionada com a queda e acaba por equivaler à exclusão de Adão da Arvore da Vida para que esta não se torne um de nós (um Deus) e não viva eternamente. (Gênese, III, 22).
No seu conjunto, o mito platônico encontra-se pois entre aqueles que aludem à passagem da unidade para a dualidade, do ser à privação do ser e da vida absoluta. O seu caráter particular e importância encontram-se, todavia, na sua aplicação, ou seja, na dualidade dos sexos para indicar o sentido secreto e o objetivo final do eros.
Já em Upanishad se podia ler, como referência especial numa conhecida sequência relativa àquilo que se procura verdadeiramente através de um ou outro objetivo aparente e ilusório da vida de todos os dias: Não é pela mulher (em si) que a mulher é desejada pelo homem, mas sim pelo âtmâ (pelo princípio "tudo luz, tudo imortalidade").
A imagem é a mesma. No seu aspecto mais profundo o eros incorpora um impulso tendente a vencer as consequências da queda, a sair do mundo cessante da dualidade, com o fim de restabelecer o estado primordial e ultrapassar a condição de uma existencialidade dual, fraturada e condicionada pelo outro.
É este o seu sentido absoluto; é este o mistério que impele o homem para a mulher, elementarmente, antes de todos os condicionalismos, já referidos, do amor humano nas suas infinitas variedades relativas a seres que nem sempre são homens ou mulheres puros, mas quase todos subprodutos de uns e outras.
Esta é, pois, a chave de toda a metafísica do sexo: Através da díade para a unidade. Deve reconhecer-se no amor sexual a forma mais universal que leva os homens a procurarem obscuramente destruir por momentos a dualidade, ultrapassando existencialmente a fronteira entre o Eu e o não-Eu, entre Eu e o Tu, a carne e o sexo que servem de instrumentos para uma aproximação estática da união. Embora sem fundamento, a etimologia da palavra amor dada por um Fiel do Amor medieval não é menos significativa: A partícula "a" significa "sem", "mor" (mors) significa "morte": reunindo as duas teremos "sem morte", isto é, a imortalidade.
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