quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Os Templários: Visão de Laurent James
Os primeiros nove cavaleiros fizeram seus votos perante o patriarca Teocletes, 67º sucessor de João o Evangelista. Fundada em Lyon no ano de 160 por São Irineu, a Igreja de João tinha seu próprio rito, favorecia o Paráclito, e estava baseada nos escritos de São Clemente de Alexandria que considerava tanto Platão como os Evangelhos como manifestações do Logos. O rito dos templários era grego e bizantino.
A Ordem foi estabelecida seguindo as regras de Santo Agostinho, emitida desde concepções bélicas, heróicas e solares. O herói é bem mais considerado que o mártir.
A regra cisterciente que foi imposta em 1128 (dez anos após a criação da Ordem) foi inspirada por São Bernardo de Clairvaux, o cavaleiro da Virgem Maria, muitas vezes descrito como monge celta, um druida cristão. A religião dos templários era armada e militante, e se fundiu com o Cristianismo oriental: maronitas, coptas, alguns grupos gnósticos orientais. Eles trouxeram a descoberta da alquimia para a Europa, após formar fortes relações com druzes, ordens xiitas (hashashin), e mesmo Saladino.
A estrutura da Ordem estava baseada na trifuncionalidade indo-européia (Oratores: capelões, Bellatores: cavaleiros, Laboratores: sargentos).
A entrada à Casa do Templo era governada por um ritual iniciático, na presença do comandante e doze membros do capítulo. Doze é o número da Idade de Ouro (12 signos estelares). Cabeças cortadas foram introduzidas em certos ritos templários.
Recuperar o Celtismo é orientar, isto é, uma maneira de encontrar o Oriente. A matriz da Europa escatológica é celta, a raça astral e divina dos Tuatha Dé Danann. Deixe-me lembrá-los da existência da Igreja Ortodoxa Celta, fundada no ano de 7 por José de Arimatéia em Glastonbury, poucos anos após sua chegada em Marselha com Maria Madalena. José realizou uma jornada de Provença à Cornualha seguindo o caminho inverso da famosa rota do estanho. A Igreja Ortodoxa Celta perdeu sua soberania no século XIII, e foi restaurada em 1866 pelo patriarca Pierre-Ignace IV, Metropolita da Igreja Ortodoxa Síria. Duas outras igrejas similares também existem: a Igreja Ortodoxa Francesa e a Igreja Ortodoxa dos Gauleses. Essas três igrejas se uniram em 2007. Elas se baseiam em um rito ocidental, com elementos do rito de São João Crisóstomo. Elas adoram ao Cristo Pantocrator, a força de Cristo no Espírito. Alguns papas até mesmo afirmam que Jesus visitou a Grã-Bretanha em Sua juventude.
Em oposição aos mundos germânico e romano, o espiritual prevalece sobre o político no mundo celta. Nos países celtas que foram menos romanizados, tal como Irlanda e Escócia, as elites espirituais se converteram ao Cristianismo muito mais facilmente do que na Gália. As igrejas celtas eram monásticas e intelectuais, monges liam Platão e Plotino. A Irlanda era dita uma ilha de santos e sábios. Alguns deles foram bastante influentes: Escoto Erígena, monge celta da Irlanda no século IX, promoveu o estudo da patrística grega em relação à patrística latina, na corte de Carlos II (Rei e Imperador).
Há muitas características comuns entre os cristianismos oriental e celta: o sentimento profundo pela Trindade; o senso de glória do Deus oculto nos seres humanos, nenhuma separação escolástica entre a alma e o mundo; o papel supremo da liberdade humana na salvação (ver Jean Cassien, que foi acusado de semipelagianismo); uma concepção iniciática do destino da alma (Epectase), ilustrada pela navegação de São Brandão (com São Malo) até o Canadá no século VII. O indivíduo não é uma alma prisioneira dentro do corpo, mas uma alma em permanente transformação que recuperará sua plenitude no tempo da ressurreição. Para o pensamento cristão ortodoxo, que rejeita cada dualismo, o mundo é uma dádiva de Deus que será transformada pelo Espírito Santo.
Para mim, há uma grande analogia entre as duas relações: a relação entre a comunidade igualitária primitiva da Idade de Ouro e a sociedade Tradicional organizada em uma hierarquia estrita, e a relação entre ortodoxia (popular) e catolicismo (aristocrático). O segredo da suprema junção entre ortodoxia e catolicismo se encontra no dogma da coroação da Virgem Maria aliado ao amor intangível do Paráclito. E no que concerne a própria Europa, o segredo de todas as supremas junções reside no renascimento do Celtismo.
Joachim de Fiore: "Tanto quanto o Velho Testamento parece pertencer ao Pai, por uma certa propriedade de similaridade, e ao Filho a carta do Novo Testamento; bem como a inteligência espiritual, que procede de ambos, pertence ao Espírito Santo. De tudo isso, a era em que as pessoas se unem em casamento foi o reino do Pai; a era dos pregadores é o reino do Filho; e a era dos monges, ordo monachorum, a última, deverá ser o reino do Espírito Santo. A primeira antes da lei [Touro e Áries], a segunda sob a lei [Peixes], e a terceira com a graça [Aquário]".
A Eurásia é a ressurreição de nossa civilização prévia, a reativação da Instituição Sagrada do Paleolítico. É a melhor maneira de curar o trauma do fim de Atlântida, através da aliança elitista entre as religiões ativas e justificadas de nosso continente.
O Reino Eurasiano é a Cidade Santa profetizada por muitas espiritualidades européias. A Cidade SAnta é a vitória da Unidade sobre a uniformidade.
Os herdeiros dos Templários iluminarão o Reino Eurasiano com a clareza da Estrela Interior, para estabelecer de forma definitiva esse Reino Espiritual total governado pela Ordem da Madama Santa Maria, universal, unificadora e supratradicional. Os homens então serão capazes de partilhar suas refeições com Deus, como previsto por François Rabelais ao fim de seu Terceiro Livro. O escritor francês Jean Parvulesco falou sobre a necessidade de uma revolucionária Imaculada Concepção para a realização final da Unidade transcendental, e do Reino Eurasiano do Fim dos Tempos.
Este é um trecho de um artigo maior denominado "Eurasianismo e Espiritualidade"
Veja o artigo completo aqui
Cristianismo
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